Enchente em RP

22/09/2020 - Por: João Paulo

Enchente em Rio das Pedras,
Pesadelo recomeça. 
Todos vão para as varandas,
Suas portas ou janelas.
Não tem muito o que fazer,
Pois o rio transbordou.
O nível  da água subiu
E a rua alagou.

O corre-corre começa,
Para levantar os bens.
Desespero é total.
Começa o vai e vem.
Vielas são alagadas,
Começou o desespero,
Os mais "fortes" saem de casa,
Para ajudar os companheiros.

Os idosos vão para a porta,
Parecem esperar socorro.
As crianças não entendem,
Todo aquele alvoroço.
A correnteza está forte,
Mas precisamos ser mais.
Levantamos geladeiras,
Camas, fogões e sofás.

A favela está unida,
Formou-se um multirão. 
Já pensou se fosse assim,
Para fazer Revolução?
Muitos baldes apareceram,
Com guerreiros em prontidão.
Veio a Maria, veio o Pedro,
A Beth e o João. 

Muitos rodos em ação,
De maneira solidária.
Logo a chuva vai embora.
Venceremos a batalha.
A tempestade passou,
Deixou estrago irreparável.
Muita lama e tristeza.
Prejuízo incalculável.

A favela foi destruída,
Mas logo se levantará,
Com certeza com mais força,
Mais unida estará. 
A solidariedade nessas horas,
É o que me emociona.
Uma força coletiva,
Que sempre me impressiona.

Quem vive na "anti-cidade",
Sempre foi sobrevivente,
Aprende a ser humano,
Aprende a ser mais gente.
Hoje o que presenciei,
Deixou-me emocionado.
A união de uma classe,
Trabalhando lado a lado. 

E a força desse povo,
É o que me deixa otimista,
De ter um país melhor, Para essa gente tão sofrida.

Poema de Professor João Paulo Dias de Rio das Pedras

João Paulo

Professor João Paulo Dias é morador de Rio das Pedras.

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